Uma grande quantidade de tubos de oito metros de altura, perto de Alicante, no leste da Espanha, macera o que pode ser o combustível do amanhã: biopetróleo produzido com as microalgas que se alimentam do anídrido carbônico lançado por uma fábrica vizinha.
Cerca de 400 tubos de cor verde escura nos quais crescem milhões de microalgas estão localizados em uma planície dessa região do leste da Espanha, perto de um cemitério, que expele CO2, um gás que é capturado e levado por meio de tubulações até a pequena fábrica de biopetróleo.
Pesquisadores franceses e espanhóis da pequena empresa Bio Fuel Systems (BFS) desenvolvem há cinco anos este projeto, ainda experimental.
Em um momento em que os industriais buscam soluções criativas como alternativas para o petróleo, a ideia é reproduzir e acelerar um processo que durou milhões de anos e permitiu a produção de petróleo fóssil.
"Tentamos simular as condições que havia há milhões de anos, quando o fitoplâncton transformou-se em petróleo. Dessa forma, obtivemos um petróleo equivalente ao petróleo atual", explica o engenheiro Eloy Chapuli.
As microalgas, procedentes de uma dezena de cepas mantidas em segredo, foram recolhidas do mar Mediterrâneo e do Oceano Atlântico.
Nos tubos, reproduzem-se em grande velocidade, desdobrando-se diariamente por fotossíntese e graças ao CO2 emitido pelo cemitério.
Todos os dias, uma parte desse líquido muito concentrado é extraída e filtrada, permitindo a obtenção de uma biomassa que produzirá petróleo. A água restante volta a ser introduzida nos tubos.
Para seus inventores, a outra grande vantagem desse sistema é que ajuda a acabar com a contaminação: absorve CO2 que, de outra forma acabaria na atmosfera.
"É um petróleo ecológico", assegura o presidente e fundador da BFS, o engenheiro francês Bernard Stroïazzo-Mougin, que trabalhou em campos petrolíferos no Oriente Médio antes de se instalar na Espanha.
A fábrica de Alicante ainda tem mais de laboratório do que de fábrica. "Ainda precisaremos de cinco a 10 anos mais para passar a uma produção industrial", assegura Stroïazzo-Mougin, que espera poder desenvolver no curto prazo um primeiro projeto em grande escala no sul da Espanha e outro na ilha portuguesa de Madeira.
"Uma unidade de cerca de 50 km por 50 km, o que não é algo muito grande nas zonas desérticas do sul da Espanha, poderia produzir em torno de 1,25 milhões de barris diários", ou seja, quase tanto como as exportações cotidianas de petróleo iraquiano, afirma o engenheiro.
A BFS, uma empresa de capital privado, busca agora negociar com "vários países para que patrocinem a instalação de campos petrolíferos artificiais", explica seu presidente.
A empresa assegura que poderá vender seus barris a um preço competitivo, apoiando-se na venda de produtos derivados, como ácidos graxos do tipo Omega 3 obtidos a partir da biomassa.
Outros projetos semelhantes estão sendo estudados em outras regiões do mundo.
Na Alemanha, o grupo estatal sueco de energia Vattenfall lançou em 2010 um projeto de absorção por meio de algas do dióxido de carbono emitido pelas centrais que funcionam com carvão.
O gigante americano do petróleo ExxonMobil previu um investimento de até 600 milhões de dólares em pesquisas destinadas a produzir petróleo a partir de algas.
Os industriais, particularmente no âmbito aeronáutico, estão interessados nessas pesquisas, nas quais esperam encontrar soluções para substituir o petróleo clássico, cada vez mais escasso e cujos preços são variáveis.
Fonte:http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ambiente/
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Carta da Terra
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.
TERRA, NOSSO LAR
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A SITUAÇÃO GLOBAL
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
DESAFIOS FUTUROS
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.
RESPONSABILIDADE UNIVERSAL
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.
PRINCÍPIOS
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
Fonte:http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.
TERRA, NOSSO LAR
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A SITUAÇÃO GLOBAL
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
DESAFIOS FUTUROS
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.
RESPONSABILIDADE UNIVERSAL
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.- Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
- Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
- Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
- Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
maior responsabilidade de promover o bem comum.
- Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
- Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
- Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
- Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.- Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
- stabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
- Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
- Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que
causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses
organismos prejudiciais. - Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.
- Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.
- Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.
- Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.
- Assegurar que as tomadas de decisão considerem as conseqüências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
- Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
- Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.
- Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
- Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.
- Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias
ambientais seguras. - Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.
- Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
- Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
- Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
- Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
- Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.- Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.
- Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.
- Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.
- Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
- Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.
- Assegurar que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
- Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais
atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas
conseqüências de suas atividades.
- Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
- Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
- Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da
família.
- Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
- Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.
- Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu
papel essencial na criação de sociedades sustentáveis. - Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.- Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
- Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.
- Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
- Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
- Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
- Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
- Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
- Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
- Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.
- Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.
- Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimento.
- Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
- Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
- Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
- Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
- Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
- Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em
massa. - Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.
- Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
Agenda 21 Maracanaú
A exemplo de outros municípios brasileiros, Maracanaú vem se preocupando com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.Neste sentido,vem implementando políticas públicas e incentivando a participação popular em defesa do meio ambiente e promovendo a inclusão social. No contexto, Maracanaú construiu sua agenda 21 com o envolvimento de vários segmentos da sociedade, além de contar com parcerias importantes, representando,assim,uma agenda legítima do ponto de vista político.
O processo de construção da Agenda 21 local tem como base filosófica e ideológica o documento Carta da Terra, onde também se observou a Agenda 21 brasileira, experiências de outros municípios e documentos originados em eventos municipais com propósito semelhante. Inicialmente, o Banco do Nordeste do Brasil, através do Programa Farol do consumidor são resolvidas pela Coordenadoria Regional do Decon, funcionando nas instalações do Ministério Público. Estão instalados também no Município: o Batalhão da 3ª Cia do 6º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Ceará, o Corpo de Bombeiros, o 2º Grupamento de Incêndio, Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CEFAP), Centro de Apoio do Esquadrão de Polícia Montada, na Fazenda Pitaguary. Compõem ainda os serviços e instalações de segurança a Guarda Municipal com o efetivo de 150 (cento e cinqüenta) profissionais.
Atividades desenvolvidas nas ADL'S: elaboração de diagnóstico, através da identificação das potencialidades e vulnerabilidades existentes em cada comunidade; criação do Plano de Ação Estratégica; visitas às entidades para sensibilização e mobilização; reuniões por comissões temáticas; seminários, apresentações e debates. Fonte:Agenda 21 Maracanaú
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Uso de pele animal é tendência, defende presidente da Arezzo
O presidente e fundador do grupo Arezzo, Anderson Birman, afirmou à Folha que preferiu recuar, retirando das lojas Arezzo todos os produtos com pele de raposa, a ter que debater sobre o uso de pele de animal.
A Arezzo anunciou na segunda-feira a retirada de todas as lojas do país de produtos da coleção Pelemania que usavam em sua confecção pele de raposa. A decisão foi tomada depois de manifestações raivosas na internet.
O presidente da marca afirmou que a Pelemania não é uma moda lançada pela Arezzo, mas uma tendência mundial para o inverno 2011. "Em todos os editoriais de moda de todas as revistas do mundo, inclusive nas brasileiras, esse fenômeno do uso de peles está sendo veiculado. Todas as marcas estão usando, é um tendência forte", afirmou.
No site da marca, o anúncio da coleção Pelemania dizia: "Hit glamuroso da temporada. Não pode faltar no guarda-roupa da fashionista", ao lado uma foto de uma bolsa aparentemente feita de pele de animais.
No Twitter, a grife ficou entre os dez assuntos mais comentados do microblog.
"Ridículo essa nova coleção da #arezzo pq não arrancam a pele deles pra fazer os sapatos aff", afirmou Diana Bueno, em seu Twitter.
Nota oficial da Arezzo diz que a empresa "entende e respeita as opiniões e manifestações contrárias ao uso de peles exóticas na confecção de produtos de vestuário e acessórios".
Leia abaixo a íntegra da entrevista com o presidente:
Folha - Como começou essa polêmica?
Anderson Birman - O que conseguimos fazer foi viabilizar a importação de pele de raposa, absolutamente legalizada, com certificado de origem, com certificado de regularidade, tudo dentro do que os parâmetros de sustentabilidade permitem. Acredito que isso associado a peles que a gente tem, peles de coelho e pele sintética --a grande maioria é de pele sintética-- é que gerou essa polêmica.
A pele de raposa usada nos produtos é de criatório, não é de animal selvagem, não tem dano nenhum a natureza, isso é que dá sustentabilidade, é o uso gerenciado e controlado, mas gerou essa polêmica toda que acho que deve ter sido feita por ambientalistas de plantão com os quais não vou me expor para debater isso, tirando o foco do grande trabalho que a gente tem em uma coleção de inverno maravilhosa com milhares de outras possibilidades. Então, eu preferi recuar a ter que abrir esse debate sobre se eu acho certo ou não acho certo o uso de pele de animal. Essa é uma coisa tão polêmica, eu teria tanta contestação para falar de um lado e do outro.
Sustentabilidade é um assunto que eu me interesso tanto que eu precisava de um foro especifico para falar, fora do foro de moda.
Quais os produtos que têm pele?
Eu não saberia te precisar, mas é uma estola, uma bolsa e mais uma outra pecinha pequena. Foram importadas cerca de 300 peças.
O uso de pele de raposa é uma tendência mundial?
Sim.
O uso da pele do coelho também foi contestada, vocês vão retirar também?
Não, só a pele de raposa. Nosso entendimento é que todo animal que está na cadeia alimentar, não tem como. Você vai a um restaurante e come coelho no mundo inteiro. É produção de proteína animal, é uma coisa que tem quem goste e quem não goste, mas está na origem do ser humano. E tem o uso da pele de ovelhas também, é um uso milenar.
Você ouviu falar de repercussão negativa em outro país?
O uso de pele sempre tem alguma repercussão, mas como nosso uso de pele sintética é muito maior do que o uso de pele verdadeira. São 300 peças só, as importadas, as recolhidas eu não sei, porque eu não sei dizer o estoque das lojas agora. Eu recuei justamente para não entrar numa rota de debate disso, tirando o foco da nossa coleção.
E é um negócio insignificante no contexto da Arezzo para poder servir de instrumento do debate, eu achei melhor recuar do que ceder tão pouco a um debate que eu não acho que seja construtivo a ninguém. Podemos até em um outro tempo, outra hora, pensar mais sobre o assunto, sou absolutamente sensível a ter um planeta cada vez mais agradável, bonito e preservado.
Fonte:http://www.folha.uol.com.br/
A Arezzo anunciou na segunda-feira a retirada de todas as lojas do país de produtos da coleção Pelemania que usavam em sua confecção pele de raposa. A decisão foi tomada depois de manifestações raivosas na internet.
O presidente da marca afirmou que a Pelemania não é uma moda lançada pela Arezzo, mas uma tendência mundial para o inverno 2011. "Em todos os editoriais de moda de todas as revistas do mundo, inclusive nas brasileiras, esse fenômeno do uso de peles está sendo veiculado. Todas as marcas estão usando, é um tendência forte", afirmou.
No site da marca, o anúncio da coleção Pelemania dizia: "Hit glamuroso da temporada. Não pode faltar no guarda-roupa da fashionista", ao lado uma foto de uma bolsa aparentemente feita de pele de animais.
Reprodução | ||
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Coleção Pelemania divulgada no site da Arezzo; polêmica é sobre o uso de peles exóticas |
No Twitter, a grife ficou entre os dez assuntos mais comentados do microblog.
"Ridículo essa nova coleção da #arezzo pq não arrancam a pele deles pra fazer os sapatos aff", afirmou Diana Bueno, em seu Twitter.
Nota oficial da Arezzo diz que a empresa "entende e respeita as opiniões e manifestações contrárias ao uso de peles exóticas na confecção de produtos de vestuário e acessórios".
Leia abaixo a íntegra da entrevista com o presidente:
Folha - Como começou essa polêmica?
Anderson Birman - O que conseguimos fazer foi viabilizar a importação de pele de raposa, absolutamente legalizada, com certificado de origem, com certificado de regularidade, tudo dentro do que os parâmetros de sustentabilidade permitem. Acredito que isso associado a peles que a gente tem, peles de coelho e pele sintética --a grande maioria é de pele sintética-- é que gerou essa polêmica.
A pele de raposa usada nos produtos é de criatório, não é de animal selvagem, não tem dano nenhum a natureza, isso é que dá sustentabilidade, é o uso gerenciado e controlado, mas gerou essa polêmica toda que acho que deve ter sido feita por ambientalistas de plantão com os quais não vou me expor para debater isso, tirando o foco do grande trabalho que a gente tem em uma coleção de inverno maravilhosa com milhares de outras possibilidades. Então, eu preferi recuar a ter que abrir esse debate sobre se eu acho certo ou não acho certo o uso de pele de animal. Essa é uma coisa tão polêmica, eu teria tanta contestação para falar de um lado e do outro.
Sustentabilidade é um assunto que eu me interesso tanto que eu precisava de um foro especifico para falar, fora do foro de moda.
Quais os produtos que têm pele?
Eu não saberia te precisar, mas é uma estola, uma bolsa e mais uma outra pecinha pequena. Foram importadas cerca de 300 peças.
O uso de pele de raposa é uma tendência mundial?
Sim.
O uso da pele do coelho também foi contestada, vocês vão retirar também?
Não, só a pele de raposa. Nosso entendimento é que todo animal que está na cadeia alimentar, não tem como. Você vai a um restaurante e come coelho no mundo inteiro. É produção de proteína animal, é uma coisa que tem quem goste e quem não goste, mas está na origem do ser humano. E tem o uso da pele de ovelhas também, é um uso milenar.
Você ouviu falar de repercussão negativa em outro país?
O uso de pele sempre tem alguma repercussão, mas como nosso uso de pele sintética é muito maior do que o uso de pele verdadeira. São 300 peças só, as importadas, as recolhidas eu não sei, porque eu não sei dizer o estoque das lojas agora. Eu recuei justamente para não entrar numa rota de debate disso, tirando o foco da nossa coleção.
E é um negócio insignificante no contexto da Arezzo para poder servir de instrumento do debate, eu achei melhor recuar do que ceder tão pouco a um debate que eu não acho que seja construtivo a ninguém. Podemos até em um outro tempo, outra hora, pensar mais sobre o assunto, sou absolutamente sensível a ter um planeta cada vez mais agradável, bonito e preservado.
Fonte:http://www.folha.uol.com.br/
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Você sabia? Cada brasileiro emite por ano 10 toneladas de CO2
Cada brasileiro é responsável pela emissão de 10 toneladas de gás carbônico (CO2) por ano, em média. O número é duas vezes maior do que a média mundial. Os dados são da Rede-Clima, ligada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Somos o país em desenvolvimento com a maior média mundial”, disse Carlos Nobre, um dos coordenadores da Rede-Clima, ao participar de comissão geral na Câmara para discutir a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15). O encontro será realizado em dezembro, em Copenhague (Dinamarca).
A meta é de que a média mundial de emissão de CO2 seja de 1,2 tonelada por ano até 2050, para que a temperatura global não aumente 2 graus Celsius (°C). “Ela já subiu 0,8°C nos últimos 100 anos. Falta 1,2°C. Já chegamos muito próximo do limite”, disse Carlos Nobre.
Na avaliação do diretor executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Coelho Fernandes, a estratégia brasileira para reduzir a emissão de gases de efeito estufa deve partir de dois pontos básicos: do uso de uma matriz energética limpa e da redução do desmatamento, principal fonte de emissão de CO2 no país.
“Temos de buscar o abatimento das emissões que seja o mais barato. O Brasil tem condições de implantar mitigação de baixo custo. O combate ao desmatamento deve ser a decisão número um”, defendeu.
O embaixador extraordinário para Mudanças Climáticas do Ministério das Relações Exteriores, Sérgio Serra, disse que a meta brasileira de redução de gases de efeito estufa foram recebidas com tranquilidade na reunião que antecedeu a COP-15. “Acho que daqui até Copenhague vamos ter de fazer muitas consultas para saber o que se espera, mas o Brasil está muito tranquilo. O anúncio dos números foi muito bem recebido”, afirmou.
A meta brasileira de redução dos gases é de 36,1% a 38,9%, até 2020.
Fonte:http://360graus.terra.com.br/default.asp
“Somos o país em desenvolvimento com a maior média mundial”, disse Carlos Nobre, um dos coordenadores da Rede-Clima, ao participar de comissão geral na Câmara para discutir a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15). O encontro será realizado em dezembro, em Copenhague (Dinamarca).
A meta é de que a média mundial de emissão de CO2 seja de 1,2 tonelada por ano até 2050, para que a temperatura global não aumente 2 graus Celsius (°C). “Ela já subiu 0,8°C nos últimos 100 anos. Falta 1,2°C. Já chegamos muito próximo do limite”, disse Carlos Nobre.
Na avaliação do diretor executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Coelho Fernandes, a estratégia brasileira para reduzir a emissão de gases de efeito estufa deve partir de dois pontos básicos: do uso de uma matriz energética limpa e da redução do desmatamento, principal fonte de emissão de CO2 no país.
“Temos de buscar o abatimento das emissões que seja o mais barato. O Brasil tem condições de implantar mitigação de baixo custo. O combate ao desmatamento deve ser a decisão número um”, defendeu.
O embaixador extraordinário para Mudanças Climáticas do Ministério das Relações Exteriores, Sérgio Serra, disse que a meta brasileira de redução de gases de efeito estufa foram recebidas com tranquilidade na reunião que antecedeu a COP-15. “Acho que daqui até Copenhague vamos ter de fazer muitas consultas para saber o que se espera, mas o Brasil está muito tranquilo. O anúncio dos números foi muito bem recebido”, afirmou.
A meta brasileira de redução dos gases é de 36,1% a 38,9%, até 2020.
Fonte:http://360graus.terra.com.br/default.asp
Educação Ambiental
Sabe-se que a educação ambiental surgiu na tentativa de minimizar e tentar reverter o quadro de degradação ambiental que se instalou no mundo no último século. Portanto, a educação ambiental possui um enfoque emergencial e transformador, já que prega a busca por outra forma de relação do ser humano com o meio em que está inserido. Esta nova forma de enxergar a educação, que tem muito dos propósitos e diretrizes da educação popular pregada por Paulo Freire, ainda causa muitos conflitos de compreensão aos educadores ambientais. Muitos ainda a confundem com transmissão de conhecimentos ecológicos, trazendo para a educação ambiental um enfoque disciplinar e restrito.
Os raios de ação da educação ambiental vão desde atividades superficiais (em sua maioria) até chegarem a atividades mais aprofundadas em seus propósitos. Podemos perceber que muitas delas não possuem nenhum tipo de vínculo pedagógico, avaliativo e de assessoria com seu público alvo, sequer de acompanhamento posterior.
Além disso, complementamos que a educação ambiental é uma forma de educação que exige a participação efetiva dos cidadãos nas discussões que envolvem a problemática, tentando estabelecer uma “nova aliança” entre o homem e a natureza e, acima de tudo, estimular e fortalecer a participação social. Não seria uma educação feita em forma de pacotes, que já chegam para a sociedade prontos e pré-formulados por uma elite intelectual. Ela seria construída pela própria sociedade ao serem discutidos os problemas ambientais do micro ao macro ambiente. Não haveria um único modelo a ser seguido como correto. Essa participação traria à tona uma reflexão sobre a chamada ética cidadã, que seria analisada sob diversas vertentes: a econômica, a política, a cultural, a ambiental e a social.
Podemos subdividir em três grandes espaços de ação da educação ambiental. São elas: educação ambiental formal (aquela exercida como atividade escolar dos sistemas oficiais de ensino. Ela possui conteúdos, metodologias e meios de avaliação claramente definidos); educação ambiental não-formal (aquela que ocorre em variados espaços da vida social, com diferentes componentes, metodologias e formas de ação daquela formal. É exercida normalmente por Organizações Não-Governamentais (ONGs), empresas, secretarias de governo, etc.); educação ambiental informal (é aquela exercida em outros espaços sociais, sem compromisso com a continuidade. Não se exige, que defina claramente sua forma de ação, metodologia e avaliação. Ex: meios de comunicação de massa).
A educação ambiental surge com a finalidade de (re)integrar o ser humano no complexo ecossistêmico a que está inserido. Pensar desta maneira, no entanto, requer mudanças, sobretudo nas diferentes formas de pensar e agir individual e coletivamente.
Fonte: http://www.agronline.com.br/
Desenvolvimento Sustentável: realidade ou hipocrisia?
Assim como manejo florestal, desenvolvimento sustentável é mais um daqueles termos mágicos, que têm poder de mover muitas pessoas, de fazer dinheiro e fama, e de ocultar a dura realidade. São, porém, vazios de conteúdo na maior parte das vezes em que são usados. “Desenvolvimento sustentável” é oco sempre que aplicado do ponto de vista de negócios, pois o capitalismo, o modelo econômico vigente na maior parte do planeta, não é sustentável por definição, uma vez que exige expansão exponencial contínua, e não há mágica que faça esse sistema vir um dia a sê-lo.
O termo foi consagrado em 1987 pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Comissão Brundtland. Foi definido e é aceito hoje como “aquele [modo de desenvolvimento] que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”.
Muito bem, releia com atenção a definição acima. Agora, a pergunta que coloco é a seguinte: é possível aplicar esse belo ideal na vida real e na maior parte dos elementos do cotidiano, sem hipocrisia e de forma integral e ainda assim evitar um colossal impacto no sistema capitalista?
Vejamos. Primeiro, quando falamos em “gerações futuras”, estamos nos referindo a todas elas, aos tataranetos dos tataranetos dos nossos tataranetos, certo? Estudos mostram, porém, que o homem já utiliza os recursos naturais oferecidos pela Mãe Terra num ritmo muito superior à capacidade do planeta de repô-los.
O manejo florestal, já muito debatido neste espaço, é uma das áreas onde o termo “sustentável” mais aparece. Nada mais é que uma forma de continuar destruindo a floresta de maneira mais “aceitável”. A proposta é mais ou menos a seguinte: vamos continuar arrancando essas árvores tão lucrativas, mas, como agora esse papo de ecologia vive atrapalhando nossos negócios, para não ter que parar de lucrar, contratamos meia dúzia de biólogos e engenheiros florestais que vão definir parâmetros – nunca devidamente comprovados – que demonstrem o quanto dá para matar da floresta de forma que ela não sinta tão duramente o impacto.
Estes profissionais gabaritados estarão em nossa folha de pagamentos e, mesmo que os parâmetros não sejam seguros – e quem afirme que eles são 100% confiáveis estará faltando com a verdade –, faremos um marketing danado em torno disso e assim as pessoas podem dormir tranqüilas, com a certeza de estarem adquirindo um produto “verde”.
Concorre para o sucesso da estratégia a menção de prazos longos tendo em conta as nossas vidas, como ciclos de corte de 25, 30 ou 40 anos, os quais, no entanto, são ínfimos do ponto de vista das espécies florestais e da maturação dos ecossistemas.
A seguir, transcrevo um parágrafo de um recente “Relatório de Sustentabilidade” de uma grande empresa do agronegócio, que ilustra bem a idéia central deste artigo:
“A sustentabilidade é um fator que facilita o acesso ao capital, permite reduzir custos e maximizar retornos de longo prazo do investimento, previne e reduz riscos, além de estimular a atração e a permanência de uma força de trabalho motivada, entre outros aspectos. Esses mesmos elementos contribuem para fortalecer nossa reputação, credibilidade e imagem, concorrendo assim para manter e aumentar o valor da Empresa para os acionistas e a sociedade em geral”.
Como é possível claramente constatar, não há nada escondido, está tudo às claras: a preocupação com o meio ambiente é simplesmente retórica, uma vez que o capitalismo percebeu que a questão ambiental poderia atrapalhar os negócios. Não existe a verdadeira compreensão da questão, ou, se existe, as razões para preservar estão perdendo para as razões para lucrar.
Compreender os porquês da preservação significaria aceitar que não há possibilidade de compatibilidade entre o nível atual de consumo e a dita sustentabilidade. Se todos na Terra tivessem um padrão de consumo semelhante ao dos países desenvolvidos, o caos chegaria bem mais rápido ou, possivelmente, já estaria instalado.
Ainda que as desigualdades mundiais continuem tal como estão (o que parece mais provável), excetuando-se a ascensão da China, não há recursos suficientes para alimentar o sistema por muito tempo. Mesmo que todas as empresas adotassem os mais rigorosos controles das “ISOs 14000 da vida” sobre os danos que causam ao meio ambiente. Tal como a floresta, que viveria alguns anos a mais com o manejo florestal, mas terá morte tão certa quanto teria sem o manejo, o meio ambiente não pode suportar eternamente um sistema que tem por prerrogativa consumi-lo até que não reste nada que não possa ser convertido diretamente em dinheiro – seja madeira, metais, água - ou que não seja veículo para se fazer dinheiro.
O irônico de tudo isso é perceber que o capitalismo é um sistema auto-destruidor (e estamos falando aqui apenas das questões ambientais), que ignora este fato dado o seu caráter imediatista. Mas não se pode perder tempo com questões menores... O que conta aqui é a multiplicação do o vil metal.
Fonte: http://360graus.terra.com.br/default.asp
O termo foi consagrado em 1987 pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Comissão Brundtland. Foi definido e é aceito hoje como “aquele [modo de desenvolvimento] que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”.
Muito bem, releia com atenção a definição acima. Agora, a pergunta que coloco é a seguinte: é possível aplicar esse belo ideal na vida real e na maior parte dos elementos do cotidiano, sem hipocrisia e de forma integral e ainda assim evitar um colossal impacto no sistema capitalista?
Vejamos. Primeiro, quando falamos em “gerações futuras”, estamos nos referindo a todas elas, aos tataranetos dos tataranetos dos nossos tataranetos, certo? Estudos mostram, porém, que o homem já utiliza os recursos naturais oferecidos pela Mãe Terra num ritmo muito superior à capacidade do planeta de repô-los.
O manejo florestal, já muito debatido neste espaço, é uma das áreas onde o termo “sustentável” mais aparece. Nada mais é que uma forma de continuar destruindo a floresta de maneira mais “aceitável”. A proposta é mais ou menos a seguinte: vamos continuar arrancando essas árvores tão lucrativas, mas, como agora esse papo de ecologia vive atrapalhando nossos negócios, para não ter que parar de lucrar, contratamos meia dúzia de biólogos e engenheiros florestais que vão definir parâmetros – nunca devidamente comprovados – que demonstrem o quanto dá para matar da floresta de forma que ela não sinta tão duramente o impacto.
Estes profissionais gabaritados estarão em nossa folha de pagamentos e, mesmo que os parâmetros não sejam seguros – e quem afirme que eles são 100% confiáveis estará faltando com a verdade –, faremos um marketing danado em torno disso e assim as pessoas podem dormir tranqüilas, com a certeza de estarem adquirindo um produto “verde”.
Concorre para o sucesso da estratégia a menção de prazos longos tendo em conta as nossas vidas, como ciclos de corte de 25, 30 ou 40 anos, os quais, no entanto, são ínfimos do ponto de vista das espécies florestais e da maturação dos ecossistemas.
A seguir, transcrevo um parágrafo de um recente “Relatório de Sustentabilidade” de uma grande empresa do agronegócio, que ilustra bem a idéia central deste artigo:
“A sustentabilidade é um fator que facilita o acesso ao capital, permite reduzir custos e maximizar retornos de longo prazo do investimento, previne e reduz riscos, além de estimular a atração e a permanência de uma força de trabalho motivada, entre outros aspectos. Esses mesmos elementos contribuem para fortalecer nossa reputação, credibilidade e imagem, concorrendo assim para manter e aumentar o valor da Empresa para os acionistas e a sociedade em geral”.
Como é possível claramente constatar, não há nada escondido, está tudo às claras: a preocupação com o meio ambiente é simplesmente retórica, uma vez que o capitalismo percebeu que a questão ambiental poderia atrapalhar os negócios. Não existe a verdadeira compreensão da questão, ou, se existe, as razões para preservar estão perdendo para as razões para lucrar.
Compreender os porquês da preservação significaria aceitar que não há possibilidade de compatibilidade entre o nível atual de consumo e a dita sustentabilidade. Se todos na Terra tivessem um padrão de consumo semelhante ao dos países desenvolvidos, o caos chegaria bem mais rápido ou, possivelmente, já estaria instalado.
Ainda que as desigualdades mundiais continuem tal como estão (o que parece mais provável), excetuando-se a ascensão da China, não há recursos suficientes para alimentar o sistema por muito tempo. Mesmo que todas as empresas adotassem os mais rigorosos controles das “ISOs 14000 da vida” sobre os danos que causam ao meio ambiente. Tal como a floresta, que viveria alguns anos a mais com o manejo florestal, mas terá morte tão certa quanto teria sem o manejo, o meio ambiente não pode suportar eternamente um sistema que tem por prerrogativa consumi-lo até que não reste nada que não possa ser convertido diretamente em dinheiro – seja madeira, metais, água - ou que não seja veículo para se fazer dinheiro.
O irônico de tudo isso é perceber que o capitalismo é um sistema auto-destruidor (e estamos falando aqui apenas das questões ambientais), que ignora este fato dado o seu caráter imediatista. Mas não se pode perder tempo com questões menores... O que conta aqui é a multiplicação do o vil metal.
Fonte: http://360graus.terra.com.br/default.asp
Greenpeace pede ao Facebook que adira à energia verde
Um ecrã foi instalado no local para exibir os comentários dos utilizadores em resposta à mensagem neste sentido que o Greenpeace publicou na sua página do Facebook.
Esta acção acontece depois de o Facebook ter anunciado, na semana passada, que elaborou uma nova arquitectura para centros de dados, que consume 38% menos da electricidade do que normalmente usa.
Fonte:http://diariodigital.sapo.pt/default.asp
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Materialismo
O materialismo designa um conjunto de doutrinas filosóficas que, ao rejeitar a existência de um princípio espiritual liga toda a realidade à matéria e a suas modificações.
O termo foi inventado por Leibniz em 1702, e reivindicado pela primeira vez por La Mettrie em 1748. Entretanto, em termos da origem das idéias, pode-se considerar que os primeiros filósofos materialistas, são alguns filósofos pré-socráticos: Demócrito, Leucipo, Epicuro, Lucrécio, os estóicos, que se opunham na questão da continuidade da matéria: os átomos evoluiriam no vácuo?
O atomismo de Demócrito influenciou Platão em sua teoria (idealista) dos elementos (fogo, ar, água, terra, éter, identificados em sua forma atômica aos polígonos regulares, respectivamente : tetraedro, octaedro, icosaedro, cubo, dodecaedro).
Para o materialismo científico, o pensamento se relaciona a fatos puramente materiais (essencialmente mecânicos) ou constituem epifenômeno.
Na filosofia marxista, o materialismo dialético (ou materialismo marxista) é uma forma desta doutrina estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels que, introduzindo o processo dialético na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência, que é produto da matéria, mas realmente distinta dos fenômenos de ordem material.
O materialismo histórico é uma tese do marxismo, segundo a qual o modo de produção da vida material condiciona o conjunto da vida social, política e espiritual. É um método de compreensão e análise da história, das lutas e das evoluções econômicas e políticas. Essa tese foi definida e utilizada por Karl Marx (em O 18 do brumário de Luis Bonaparte, O capital), Friedrich Engels (Socialismo utópico e socialismo científico), Rosa Luxemburgo e Lênin.
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